De quanto em quanto tempo devo ir ao dentista?
Escrito por: Dra. Viviani N. Tonon
Se você está se perguntando “de quanto em quanto tempo eu preciso ir ao dentista?”, já está um passo à frente da maioria das pessoas. Muita gente só lembra do consultório quando aparece dor, inchaço ou um dente quebrado — e é justamente isso que queremos evitar com a prevenção.
A resposta curta: na maioria dos casos, a cada 6 meses
Para um adulto saudável, sem histórico de problemas frequentes, uma consulta a cada 6 meses costuma ser suficiente para manter dentes e gengivas sob controle.
Nessas consultas, fazemos:
- avaliação geral dos dentes e da mordida;
- exame das gengivas e da língua;
- limpeza profissional (remoção de tártaro e placa mais aderida);
- orientação personalizada de higiene e prevenção.
Quando é melhor antecipar a consulta?
Algumas situações exigem um acompanhamento mais de perto. Pode ser que eu recomende retornos a cada 3 ou 4 meses, por exemplo, nos casos de:
- doença gengival (gengivite ou periodontite em tratamento);
- histórico de muitas cáries em pouco tempo;
- uso de aparelho ortodôntico, que dificulta a higiene;
- diabetes ou outras condições sistêmicas que influenciam a saúde da boca;
- fumantes, que têm risco aumentado de problemas gengivais.
Nessas situações, espaçar demais as consultas pode significar deixar uma inflamação ou cárie evoluir silenciosamente, até aparecer em forma de dor ou perda óssea.
Crianças também devem ir ao dentista regularmente
No caso das crianças, a recomendação também é de acompanhamento semestral, começando bem cedo, a partir do surgimento dos primeiros dentinhos.
Nessas consultas, orientamos os pais sobre higiene, alimentação, uso de chupeta, mamadeira e acompanhamos a troca dos dentes de leite pelos permanentes. Quanto antes a criança se acostuma com o consultório, mais natural fica o cuidado com a saúde bucal.
Por que não é uma boa ideia “ir só quando dói”?
A dor é um sinal tardio. Em muitos casos, quando o dente ou a gengiva começam a doer, o problema já está mais avançado do que você imagina. Alguns exemplos:
- uma cárie pequena, que poderia ser resolvida com uma restauração simples, evolui até precisar de canal;
- uma gengivite não tratada progride para periodontite, com perda óssea ao redor dos dentes;
- um dente quebrado por desgaste ou trinca poderia ter sido evitado com ajuste prévio da mordida.
Ou seja: ao pular as consultas de rotina, você não “economiza” visitas, você apenas troca consultas simples por tratamentos mais complexos no futuro.
Sinais de que você não deve esperar a próxima revisão
Mesmo que sua revisão esteja “em dia”, procure o dentista antes se notar:
- dor ao mastigar ou ao consumir alimentos frios/quentes;
- sangramento frequente ao escovar ou passar fio dental;
- mau hálito persistente;
- mobilidade (dentes parecendo “moles”);
- feridas que não cicatrizam na boca em até 15 dias.
Esses sinais não devem ser ignorados. Muitas vezes, quanto mais cedo investigamos, mais simples é o tratamento.
Perguntas frequentes sobre a frequência das consultas
Se eu tenho boa higiene em casa, posso ir ao dentista só 1 vez por ano?
Algumas pessoas com ótima higiene, pouco acúmulo de tártaro e sem histórico de problemas podem, sim, manter um intervalo anual. Mas isso precisa ser decidido junto ao dentista, após avaliarmos seu caso. Para a maioria, o intervalo de 6 meses é mais seguro.
Estou há anos sem ir ao dentista. Por onde começo?
Comece marcando uma avaliação completa. Nessa consulta, vamos ouvir suas queixas, examinar toda a boca e, se necessário, solicitar radiografias. A partir daí, montamos um plano de tratamento por etapas, priorizando o que é mais urgente e encaixando no seu tempo e orçamento.
Ir ao dentista com frequência deixa o tratamento mais caro?
Na prática, acontece o contrário. Consultas preventivas são curtas, simples e mais acessíveis. Quando você deixa para ir só na dor, aumenta a chance de precisar de canal, cirurgia ou prótese — tratamentos naturalmente mais longos e caros. Prevenir quase sempre sai mais barato do que remediar.